No dia 07.11.2018 aconteceu a Oficina de Manejo e Sinalização de Trilhas do Caminho da Mata Atlântica (CMA) no Parque Lage – Parque Nacional da Tijuca, realizada pela Coordenação do CMA, em parceria com: Parque Nacional da Tijuca (PNT), FEMERJ, WWF e Movimento Borandá.
Participaram mais de 50 pessoas, interessadas no tema e em ser voluntárias do projeto Caminho da Mata Atlântica – o projeto já conta com mais de 400 voluntários cadastrados só no Estado do Rio de Janeiro. A partir desta oficina serão realizadas ações de campo para o manejo de trilhas, sendo umas das iniciais a atividade de sinalização da trilha no PNT.
Como informado na oficina, por seguir o mesmo traçado da Transcarioca, serão sinalizados apenas os principais acessos e cruzamentos de vias de circulação para evitar excesso de sinalização e duplicação com a sinalização existente. A atividade será acompanhada pela equipe do PNT.
A harmonização da sinalização do CMA e da Trilha Transcarioca foi definida após duas reuniões da Câmara Técnica (CT) de Uso Público do Mosaico Carioca e uma reunião da Câmara Técnica de Esportes do PNT. Com isso, essa iniciativa se torna em uma das primeiras experiências de harmonizar a sinalização de projetos de Trilhas de Longo Curso com sinalizações de outras trilhas, observando as diretrizes de Boas Práticas em Sinalização de Trilhas (FEMERJ 2018-01), conforme recomendado pela CT de Uso Público do Mosaico Carioca e os preceitos do Manual de Sinalização de Trilhas do ICMBIO.
Por passar em unidades de conservação federais, o CMA conta com o apoio do ICMBio e organizações estaduais são responsáveis por cada trecho do Caminho. No Rio de Janeiro, a FEMERJ é um dos pontos focais para a implantação do projeto, com apoio de parceria com o WWF. Da mesma forma, as federações estaduais de montanhismo de Santa Catarina e do Paraná são os pontos focais para seus respectivos Estados e a Federação Gaúcha de Montanhismo atua na Governança do CMA, garantido a aderência do CMA aos Princípios e Valores do Montanhismo Brasileiro e o respeito às éticas locais características do montanhismo.
O CMA foi o primeiro projeto interestadual de trilha de longuíssimo percurso no Brasil, uma ideia que foi apresentada pela primeira vez durante o VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), em 2012. O Caminho começa a acontecer com a criação do movimento social Borandá, uma iniciativa do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil, junto com diversos parceiros, incluindo áreas naturais protegidas públicas e privadas, clubes e federações de montanhismo, grupos de trilhas, guias e empresas de ecoturismo e de turismo de aventura e pesquisadores de diversas universidades.
Uma das justificativas e impactos esperados para o projetos se baseia no fato de que trilhas de longo curso se constituírem em uma estratégia potencial de engajamento da sociedade, estimulando atividades econômicas sustentáveis, e apresentam também resultados concretos de proteção e recuperação de corredores, como mostram as experiências internacionais, como a Appalachian Trail, na costa leste dos Estados Unidos.
O projeto, incubado pelo WWF-Brasil, é organizado por uma coordenação geral, comitês regionais e grupos locais e as articulações para sua implantação tiveram início em 2014. O CMA cruza a cadeia montanhosa da Serra do Mar em um traçado pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, indo do Parque Nacional dos Aparados da Serra (RS) ao Parque Estadual do Desengano (RJ), conectando áreas naturais e Unidades de Conservação, englobando uma série de locais de grande potencial esportivo, turístico e de conservação da natureza.