Devido aos diversos assaltos que ocorreram nas últimas semanas na área do Parque Nacional da Tijuca, a FEMERJ enviou um ofício, em 16/05/16, solicitando providências ao Grupamento de Defesa Ambiental da Guarda Municipal (GDA), de Comando de Patrulhamento Ambiental da PMERJ (CPAM) e Bastalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (BPTur).
Veja abaixo o texto do ofício:
Ofício No : 16/2016
Rio de Janeiro, 16 de maio de 2016
Às Vossas Excelências Ten. Cel. Mauro Fliess de Castro – Comandante Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPtur)
Cel. André Luis Araújo Vidal – Comandante CPAM, Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar
Gilmárcio Nascimento – Comandante Grupamento de Defesa Ambiental da Guarda Municipal do Rio de Janeiro
c.c.: Chefe do Parque Nacional da Tijuca, Sr. Ernesto de Castro
Ref.: Segurança em trilhas da Cidade do Rio de Janeiro
Prezados Senhores
Em 2015, a Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (Femerj) denunciou a órgãos responsáveis pela segurança na Cidade diversos assaltos que ocorreram ao longo de dois meses na área do Parque Nacional da Tijuca (PNT), solicitando providências.
Depois de ofícios e reuniões específicas, inclusive no âmbito do Conselho Consultivo do referido Parque, a CPAM começou patrulhar a região do Excelsior, no setor A do PNT, Floresta da Tijuca, onde a maioria dos assaltos ocorriam. A segurança melhorou consideravelmente nessa área.
Atualmente, com a presença em fins de semana e feriados da ronda da Upam nesta área, verificou-se o aumento de assaltos em outras áreas do PNT. No fim de semana de 23 e 24 de abril foram registrados dois assaltos, em dias consecutivos, próximo à ponte pênsil, na trilha conhecida como Cova da Onça, ainda no Setor A do PNT.
No fim de semana seguinte (07 e 08 de maio), foram registrados outros assaltos, sendo um deles na mesma área e outro muito perto, no caminho da Saudade perto dos Esquilos.
No dia 12/05, mais dois assaltos foram registrados, dessa vez no Setor B do PNT (Serra da Carioca), ambos na região das Paineiras, sendo um deles na parede de escalada.
Nesse último fim de semana (14 e 15 de maio), mais assaltos foram registrados, apesar da presença da Upam na trilha da Cova da Onça. Os relatos recebidos descrevem grupos de características similares, com facões, na trilha dos Esquilos. Além disso, cerca de 10 pessoas foram assaltadas na Pedra Bonita (setor C do Parque) por quatro pessoas com armas de fogo e facões, conforme divulgado pelo jornal Extra (http://extra.globo.com/casos-de-policia/grupo-assaltado-por-homens-armados-em-trilhana-zona-sul-do-rio-19310886.html). Essa mesma reportagem ainda relata outro assalto na Floresta da Tijuca.
A Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ) está bastante preocupada com a situação de insegurança presente nas trilhas da Cidade do Rio de Janeiro, em específico, com as áreas do Parque Nacional da Tijuca (PNT) onde ocorreram frequentes assaltos à mão armada nessas últimas três semanas.
O patrulhamento realizado pela CPAM na área do Excelsior demonstrou uma melhoria na segurança dos visitantes deste Parque durante um tempo, porém como a ronda se restringe a apenas um local, em dias e horários específicos, a previsão e planejamento de ataques em outras áreas é facilmente deduzido. Com isso, os marginais se moveram, previsivelmente, para áreas onde não estavam cobertas pela ronda.
Fica clara a necessidade de uma ampliação na quantidade de efetivo dedicado a essas áreas e, principalmente, a importância de escalar equipes (ou ao menos duplas) de policiais para efetuar rondas/patrulhas em regime de rodízio aleatório, alternando as diferentes trilhas. Desta forma, mesmo com um número reduzido de agentes, o fator surpresa agirá em favor da segurança. A exemplo do que ocorreu durante a Copa do Mundo, tal medida deve ter resultado rápido, pois gera a desconfiança dos assaltantes de encontrar uma patrulha pelo caminho. Portanto, a presença de policiais dentro das trilhas é necessária para que a segurança dos frequentadores seja mantida.
Paralelamente, encaminhamos outras propostas de ações complementares:
• Direcionar treinamentos dos Bombeiros, Polícia Militar (incluindo o BOPE), da Polícia Civil (incluindo o CORE), entre outros órgãos de segurança, para diferentes trilhas; novamente o fator surpresa agirá em favor da segurança; e
• Divulgação na mídia de que existem equipes da polícia percorrendo as trilhas do Rio diariamente. Como dito acima, o fator surpresa é que trará segurança as trilhas, portanto a ampla divulgação ajudará a disseminar a informação, mais do que qualquer aumento de efetivo.
Por fim, a Femerj se disponibiliza para oferecer uma capacitação básica em trilhas e montanhismo para o contingente destacado para tal função. Nos disponibilizamos também para fazer o reconhecimento das áreas e de possíveis áreas/trilhas de “escape”.
Confiantes que o assunto será apreciado com a cautela necessária, permanecemos ao inteiro dispor.
Atenciosamente,
Renata Bradford
Presidente FEMERJ