Manifesto sobre Ética, Estilo e Agarras Escavadas

No dia 05 de maio de 2018, durante o Rio nas Montanhas, a Femerj divulgou o manifesto Sobre Ética, Estilo e Agarras Escavadas. Baixe o manifesto aqui: Femerj ETICA-2018.01. Veja o vídeo no final da página.

Agradecemos a Ana Fucs, Mariane Azeredo, Guto Pimenta e Sérgio Rozencwaig (Bula), pela escalada, edição e imagens e coordenação do filme (respectivamente).

SOBRE ÉTICA, ESTILO E AGARRAS ESCAVADAS

Cada pedaço de rocha é parte da história do planeta e também uma testemunha fundamental da evolução de nosso esporte: de faces de montanha a problemas de boulders, a história da escalada está intimamente relacionada às rochas e às montanhas.

Quando olhamos para trás, vemos que lances outrora considerados “impossíveis”, agora são regularmente escalados, se tornando um testemunho da capacidade de superação humana e a semente necessária para o crescimento e desenvolvimento do esporte.

Atualmente vemos a lamentável atitude de esculpir agarras em vias de escaladas no Rio de Janeiro, como no Ás de Espada, Italianos, Coringa e Stopida (Pão de Açúcar) e no K2 (Corcovado). Esse ato, independentemente da motivação, é totalmente inaceitável e constitui-se em egocêntrico, imediatista e limitante.

Quando se busca um atalho, como cavar ou esculpir agarras, o dano não é apenas àquela via e àquela rocha, e sim ao futuro e à evolução do esporte. Uma rocha com agarras cavadas se torna imediatamente um cristal trincado. Não há volta. Cavar agarras é uma violência contra a natureza, contra o estilo, contra o montanhismo e contra a escalada.

Escale muito, treine forte, divirta-se e lembre-se: o futuro está literalmente em nossas mãos. Algumas rochas podem parecer “inescaláveis”.

E talvez realmente assim sejam.

Pelo menos, por enquanto.

 

Veja o filme:

Sobre ética estilo e agarras escavadas from FEMERJ on Vimeo.