Instalação de facilitadores em vias de escalada: caso da via “Nada Consta”, Pedra Bonita (Sto. Antônio de Pádua)

Instalação de facilitadores em vias de escalada: caso da via “Nada Consta”, Pedra Bonita (Sto. Antônio de Pádua)

Em 26/10/2024, soubemos da instalação de uma plataforma metálica na via “Nada Consta” (3º VIsup D2 E3, Pedra Bonita de Sto Antônio de Pádua,RJ) para promover descanso durante a escalada.

Como primeira linha de ação, entramos em contato com o executor da intervenção, buscando compreender as razões de sua ação e orientar sobre as diretrizes do montanhismo.Ressaltamos o quanto a intervenção compromete a integridade do esporte e abre um perigoso precedente para o desvio dos valores de preservação e superação na escalada, com impactos intangíveis à nível nacional e internacional, além de representar uma violação aos princípios, valores e ética do esporte, materializada em documentos como: os Princípios e Valores do Montanhismo Brasileiro, Código de Ética da federação, as boas práticas de mínimo impacto em ambientes naturais e a Declaração do Tirol, da qual destacamos os seguintes princípios:

  • Aceitem os riscos e assumam responsabilidade;
  • Equilibrem seus objetivos com suas habilidades e equipamentos;
  • Joguem por meios razoáveis e relatem honestamente;
  • Esforcem-se pela melhor prática e nunca parem de aprender;
  • Sejam tolerantes, respeitem e ajudem uns aos outros;
  • Protejam o caráter selvagem e natural das montanhas e paredes;

Diante do exposto, solicitamos:

  1. Remoção do facilitador (plataforma), pelo próprio instalador, que também foi quem participou da abertura da via.
  2. Manutenção do diálogo com os participantes da abertura da via, visando a sensibilização para os problemas mais abrangentes que envolvem a instalação desse facilitador. Destacamos que a comunicação deve ser realizada sempre educadamente, com uma argumentação consistente, visando o estabelecimento de diálogo construtivo. Ataques e ofensas não configuram boas ferramentas pedagógicas e nem auxiliam na construção de diálogo — toda conversa e exposição de ideias devem ser pautadas pela educação e bons argumentos. 
  3. Em caráter mais abrangente,  encorajamos que os escaladores se engajem na preservação da integridade da montanha e do patrimônio cultural do montanhismo.
  4. Não instalem facilitadores em vias de escalada, a não ser em casos específicos para mitigar impactos na vegetação ou outro tipo de degradação do ambiente natural. Incentivamos a consulta às entidades do montanhismo organizado para pensar coletivamente a melhor solução para cada situação. Ressaltamos que, como entidade filiada à CBME/UIAA, a FEEMERJ está  sempre atenta às mais modernas soluções e desafios de nosso esporte.

Para acessar o documento completo, clique aqui.

Novo documento: Diretrizes para minimizar assédio e importunação sexual no montanhismo

Novo documento: Diretrizes para minimizar assédio e importunação sexual no montanhismo

 

No início de 2024, impulsionada pelo brutal assassinato de Julieta Hernandez e pelos dados e relatos obtidos pela pesquisa independente sobre assédio no montanhismo realizada pela psicóloga Giovanna Vicentini, a FEEMERJ organizou a roda de conversa “Mulheres e Montanhas: diálogos sobre autonomia, segurança e liberdade“, realizada no Centro Excursionista Guanabara.

Durante a roda, diversos relatos, experiências e temores foram compartilhados evidenciando a necessidade de falar sobre o assunto.

Depois da roda, a organização do evento se converteu no GT Mulheres com duas linhas de ação principais: promover o debate e criar documentos que auxiliem a minimizar o assédio e a importunação sexual no montanhismo, criando um ambiente mais seguro para todas as pessoas.

Foi organizada então, a segunda roda de conversa, durante o Rio Nas Montanhas: “Escalando a igualdade: desafios e segurança das mulheres no montanhismo“.

Agora, apresentamos o documento que visa auxiliar, na prática, guias e praticantes de montanhismo a minimizar as situações de assédio e importunação sexual no montanhismo .

Sabemos que temos um longo caminho pela frente e que a mudança de comportamento precisa ser acompanhada de mudanças de mentalidade. Acreditamos também que pequenos passos podem ser fundamentais nesse processo.

Consideramos que a comunicação clara e informação são fundamentais neste processo.

O documento está disponível em nossa Biblioteca e diretamente aqui.

Diretrizes para Relacionamento da FEMERJ com Projetos de Trilhas de Longo Curso

Diretrizes para Relacionamento da FEMERJ com Projetos de Trilhas de Longo Curso

Com o advento de um número cada vez maior de projetos de Trilhas de Longo Curso, e levando em consideração as lições aprendidas com experiências passadas na lida com esse tipo de projeto, a FEMERJ elaborou um documento com as, visando esclarecer aos responsáveis por esses projetos quais são as premissas fundamentais para haver apoio a esse tipo de projeto por parte da FEMERJ.

Esse documento consolida os principais pontos críticos vivenciados em relação ao tema e reforça nosso posicionamento baseado na cultura do montanhismo, observando a ética e valores fundamentais de autonomia e respeito à diversidade.

Dos dois projetos com os quais a FEMERJ já tem um histórico de apoio, o Caminho da Mata Atlântica (CMA) já assinou o termo de reconhecimento e anuência com essas Diretrizes, e a Trilha Transcarioca (MTT) segue em análise do mesmo para tomar sua decisão quanto à adesão a essas Diretrizes.

Montanhismo e COVID-19 – Atualizações da Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ)

Montanhismo e COVID-19 – Atualizações da Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ)

Enquanto Federação, temos recebido inúmeros relatos de pessoas praticando montanhismo nesta época de incertezas. Neste âmbito, a FEMERJ não possui poder de polícia, tão pouco de órgão fiscalizador. Neste cenário, o papel da Federação mantém-se intacto, no que tange às recomendações, considerando as diretrizes éticas e de boas práticas no esporte.

Recentemente, um comunicado com as recomendações considerando o cenário de pandemia devido à COVID-19 foi amplamente divulgado, no intuito de nortear as ações dos praticantes de esportes de montanha, o qual pode ser lido na íntegra no nosso site. 

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